quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Coisa profundamente irritante nº 14 - Titulos póstumos

Funerais de pompa e circuntância, rituais disto e daquilo para uma pessoa falecida, nada disso faz sentido. Isso é continuar a desprezar a própria pessoa. Se não lhe demos nada em vida, continuamos a não dar. Será que não percebem que já cá não está para ver? Eu pessoalmente não quero cá nada disso. Embrulhem-me num lençol velho e atirem-me para um sitio qualquer, onde não incomode... Agora em vida... Em vida, façam-me homenagens, tratem-me com carinho e admiração, com respeito, dêem-me amizade, que eu agradeço e fico com certeza mais feliz. Se não o fizerem, ao menos não mo façam depois, que isso vai-me irritar profundamente até depois de morta. Podem ter a certeza!

Isto vem a próposito do falecimento de Carlos Pinto Coelho. Onde é que ele estava? O que aconteceu ao "Acontece"? Apareceu agora, agora já todos se lembram e fazem homenagens. Para quem? Para ele? Não... Para quem está cá, para se sentirem melhor consigo mesmos. Continuam a não lhe ligar nenhuma, como acontece há já algum tempo, mas agora parece mesmo que sim.

Eu tenho cá para mim é que temos de nos fazer felizes uns aos outros... Em vida. Deixem lá as pessoas depois, que não estão cá para ver. Percam o medo de aceitar que depois de mortos o mais provável é não haver mais nada e façam o que tiverem de fazer agora! Se houver algo depois já só o vamos saber depois. Então... Que fique para depois. Vamos enterrar os mortos e tratar dos vivos, TRATAR DOS VIVOS!

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